quinta-feira, 4 de março de 2010

SONHOS

Ah, sonhar! Como é bom sonhar não acham? A vida é muito cansativa, atrordoada e corrida para ser vivida sem sonhos. Não, isso não é contraditorio nem ilógico, aparentemente se não temos tempo para nada, como teremos tempo pra sonhar? Sonhar é o que faz o tempo acontecer, andar não correr. Sonhos te dão asas para voar, forças para lutar, razões para continuar. Sonhar, meus caros, faz o tempo se estender, faz a correria valer a pena, o cansaço acabar. Passar pela vida sem sonhos, é a mesma coisa que passar por uma imensa biblioteca e nem ao menos ver o titulo de um livro, é comprar uma revista e não folheá-la, é caminhar pelo parque e não sorrir. Viver a vida sem sonhos é apenas existir.

O que é sonhar? É acreditar no impossivel, acreditar que se pode alcançar o inalcansável. Quanto maiores seus sonhos, maiores seus saltos, maiores seus desafios e, quantomais crença tiveres neles, maiores serão suas batalhas, maior será a sua garra para lutar por eles, maiores serão suas conquistas, realizações e vitórias.

Por isso, amigos, sonhem! Mas sonhem com paixão, sonhem de verdade! Acreditem! Confiem! Lutem! Os sonhos são os nossos desafios, eles nos renovam, nos fazem seguir adiante, dar passos maiores, nos fazem arriscar, conquistar e querer sempre mais.

Todos os sonhos se realizam? Eu acredito que se realmente for um sonho e, for tido como meta, levado com garra e crença, sim, todo sonho se realiza. Caso não se realize, também não tem muita importância, pois o que vale muitas vezes, é mais a caminhada ao invés de aonde vamos chegar. É o caminho que percorremos em busca e lutando por nossos sonhos que nos fazem aprender, crescer e principalmente, VIVER.

Quem sou eu para dizer tudo isso? Ah, sou apenas uma pessoa que sonha. Sonho sonhos impossíveis em uma terra de ilusão. “I’m a dreamer” e sei, que a distância entre minhas realizações e meus sonhos depende apenas de mim e caso eu não chegue aonde quero, pelo menos vou ter apreciado a caminhada e apreendido com o percurso.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Pefil Novo! - Quem sou..

Sou uma pessoa que sonha. Sonho sonhos “impossíveis” em uma terra de ilusões. No entanto, os tornarei realidade, sei que tenho o poder de conseguir as coisas que quero, sei que isso só depende de mim.
Tento aprender o máximo de coisas com as pessoas a minha volta, acredito que elas têm muito mais a nos ensinar que inúmeros livros. Sou super grata e honrada de poder estudar numa das melhores universidades do país, porém sou mais grata ainda de poder fazer parte do maior e melhor instituto educacional do universo: a escola da vida. Acredito que meus maiores mestres são meus pais, irmãos e avós, eles tem muito a me ensinar e o fazem sem cessar, sem cobrar entendimento ou compreensão imediata.
Assim como Will Smith disse uma vez no programa da Oprah, eu também vivo a minha vida com propósito, acredito que tudo nela tem que ter um significado. Faço parte deste mundo, desta grande escola, com o propósito de servir a humanidade e esta é a única forma de eu realmente ser feliz, de eu ser completa.
Como todos falaram um pouco de suas vidas, acho interessante falar um pouco da minha também. Nasci em Itu, no dia 15 de novembro de 1990. Fui alfabetizada em três línguas, por incrível que pareça, só aprendi a escrever em português aos dez anos. Papai era piloto, mamãe era mamãe. Já tive muitas camas, quartos, casas. Já vivi em muitas cidades e países, já tive muitos colegas, amigos e mestres. Aprendi a me jogar na vida com um cubano que dizia “Jenny puedes saltar, pienses que tienes asas para volar, y caso callas siempre deberás pensar que en la próxima vez ya sabrás como es el suelo e no caerás más, todo en la vida te traerá enseñamientos, nada es inútil, todo debe ser aprovechado.” Ele era meu treinador de ginástica olímpica e fez de mim a mais nova atleta a conseguir ouro em um campeonato internacional aos 5 anos de idade.
Papai, meu ídolo, me deixou aos nove anos com uma única promessa a ser cumprida – nunca desistir de nada que eu queira e que me faça bem. Mamãe é e sempre será minha heroína, não só pela mãe que é para mim, mas pela mulher e pessoa que ela é para o mundo. Sou uma pessoa muito abençoada, pois tenho outro pai que me quer muito bem e é uma das pessoas que mais admiro. Meus irmãos, eles são minhas maiores paixões. Tenho muito orgulho de ambos e por eles eu daria a minha vida.
Não acredito em limites e fronteiras, também não discuto religião: “Minha pátria é o mundo, minha religião é fazer o bem!”.
Sou feliz e não tenho motivos para não ser. Tento estar sempre sorrindo e de bem com a vida. Comprimento as pessoas na rua e lhes desejo bom dia. Um sorriso não me custa nada, mas pode mudar o dia de outra pessoa. Como uma amiga minha diz, eu vivo fazendo arte. Sou quase uma artista –hehe- mas a minha maior obra é conseguir desenhar um sorriso no rosto das pessoas a minha volta. Acordar bem me faz bem, faz meu dia brilhar mais, e as coisas parecerem mais simples. Tenho problemas sim, mas não deixo que eles liderem a minha vida, problemas fazem parte de nossas vidas, de nosso crescimento, mas não devemos deixá-los se personificar e se transformarem protagonistas de nossa história.
Faço pedagogia porque amo ensinar e gosto de deixar minha marquinha na vida das pessoas. Antes eu tinha a ilusão de poder mudar o mundo com as minhas mãos, hoje sou “des-iludida”. Agora, tenho consciência de que mudar o mundo é muito difícil, quase impossível, por causa da imensidão do mesmo, mas posso mudar aos poucos o “meu mundo” e os “mundinhos” das pessoas que me cercam. Aos poucos conseguirei mudar e melhorar vários mundos, mas infelizmente, não o mundo todo. (Quem sabe se tentarmos juntos?)
Para concluir esse perfil, que está ficando longo demais, digo que sou um pouco disso e de mais um trilhão de coisas. Estou em constante mudança e crescimento.




Ah, infelizmente, eu sempre me esqueço de usar o filtro solar!

terça-feira, 17 de março de 2009

Sobre a Educação e a Política.

Olá..

desculpem a demora, mas é que a vida anda corrida! Esse texto se refere um pouco ao que tenho estudado, e ao que pretendo modificar! Espero que entendam o meu ponto de vista!

“Pobreza. Miséria. Desemprego. Mortalidade Infantil. Desigualdade Social. Disputa de Classes.” – Problemas que são, cada vez mais, enfrentados pelos brasileiros e fazem parte de um ciclo vicioso em que a Educação é tida como eixo.

Vivemos em um país dividido em dois grupos dominantes: a classe média e o extrato inferior da população. Levando-se isso em consideração, chega-se a conclusão de que as injustiças são tantas que se torna vergonhoso questionar a realidade de nossa nação. Como exemplo disso, um trabalhador braçal ganha, quando muito, uma média de um salário mínimo por mês, enquanto um executivo chega a ganhar cem vezes o valor do mesmo.
Uma das únicas formas de reverter essa situação seria modificando a raiz do problema: a educação. No entanto, fazer uma reforma educacional do Brasil tornou-se praticamente uma utopia, pois o jogo de poder e a política estão muito envolvidos de uma maneira um tanto quanto negativa.
O trajeto da educação tem seu inicio na Educação Informal (caseira), passa pelo 1º e 2º Grau, pela peneira do vestibular e chega, finalmente, a Graduação. Infelizmente, o numero de brasileiros que chegam à escola é muito pequeno e a cada ano essa porcentagem diminui graças à evasão escolar. Esta evasão provém principalmente da falta de estrutura familiar destes jovens. O nível social familiar determina a situação do aluno em sala. Em conseqüência disso, o índice de desistência escolar torna-se gigantesco quando se refere ao 1º e 2º Grau, excluindo, assim, a classe C do nível necessário para se prestar um vestibular e iniciar uma graduação.
Alem do mais, mesmo que um jovem de baixa renda queira e consiga chegar a uma das melhores universidades (estaduais), ele, raramente, vai conseguir fazer um curso que realmente mude o panorama de sua vida e o coloque em uma sociedade de elite. Afinal, esses cursos – Medicina, Engenharia, etc. – são cursos de tempo integral, impossibilitando assim, a participação de um jovem de baixa renda que precisa trabalhar para se sustentar.
A educação é acima de tudo um problema político que o governo finge se preocupar e, no entanto, sempre vira as costas. As prioridades do governo têm sido, nos últimos anos, em projetos que visavam o lucro. Sendo assim, a educação foi deixada para trás, enquanto, na realidade, deveria ter sido tomada como principal problema a ser resolvido.
Deve-se levar em conta, também, que a formação universitária não seria tão necessária e importante se os trabalhos e trabalhadores especializados ou não fossem mais valorizados pela sua dignidade e eficiência e não apenas por um diploma timbrado e assinado. Afinal, grande parte da sabedoria não provém da sala de aula e, sim, da vivencia e pratica, nada mais justo, então, que reconhecer o próximo pelo que ele realmente é e, não apenas, pelo que um papel diz ser.
Os problemas de nossa sociedade são inúmeros, com certeza as prioridades devem ser redimensionas e reavaliadas, só assim, o sistema pode mudar e o nosso futuro pode deixar de ser um brinquedo nas mãos dos jogos políticos e de poder.



Espero que tenham gostado! ;)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Meio sei lá

Estou em fase de filosofias,
a cada instante questiono algo, alguém ou atos.
Não os critico, apenas os questiono. Indago.
Quero saber, conhecer, aprender e entender.
Acredito que questionar é a melhor dádiva do universo.
Dar se a chance de saber mais é viver!
Viver sem saber é apenas existir.

Participei de uma recreação ontem, e me pediram para escolher um animal que eu quisesse ser, sem hesitar ou pensar, minha resposta foi: “Quero ser uma Fênix”.
Naquele instante eu não sabia porque havia dito aquilo, e no meio da barulheira que os outros “animais” faziam ao relatar o que eram eu me questionei, porque Fênix?!
Minha resposta havia sido por impulso, e eu não sabia o porquê de ter escolhido aquele animal. Assim, comecei a ouvir as descrições de meus colegas.
“...quero ser um labrador, porque ele tem força, ele não desiste!..”
“...quero ser uma joaninha, porque ela é frágil, discreta, mas é especial..”
“...quero ser um leão, porque ele é preguiçoso, folgado, mas todos o respeitam..”
Ao ouvir suas descrições, os questionava em minha mente: “o labrador tem força sim, mas é um cachorro, é submisso”; “ a joaninha é especial, mas não tem poder algum”; “o leão ‘impõe’ respeito, mas de que adianta respeito desmerecido, isso é medo e não respeito”. Ao questioná-los e ouvi-los pensava em minha resposta. Porque eu queria ser uma Fênix?! 
Cheguei à conclusão de que eu queria ser uma fênix, porque ela se renova, ela vive em fases, ela se transforma. Alem disso, ela voa, vê as coisas por vários ângulos. Sem contar que ela dá luz ao se transformar, é sensitiva e tem poder. Ela não é feroz nem forte, mas é inteligente. Todo o seu brilho e fama são graças a esforços próprios, e o respeito que impõe é devido a seus atos! 
Ainda assim, não estava satisfeita, porque havia escolhido aquele animal em um impulso tão grande. Todas essas explicações estavam corretas, batiam com meu modo de pensar e agir, mas eu ainda tinha duvida.
Hoje acordei e li um texto de Fernando Pessoa, todos já devem ter ouvido um verso que diz “porque sou do tamanho do que vejo, e não do tamanho de minha altura”. Eu nunca achei graça nessa frase, porque não a entendia realmente, não a havia questionado. Ao ler a poesia toda e ao junta-la com meus dilemas daquele momento percebi o quão genial é a frase de Pessoa, e o quão perfeito é o seu poema:

“Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo....
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.”
(Fernando Pessoa)

Hoje, descobri que sou uma Fênix, não só pelos motivos já citados, mas porque ela sim, é do tamanho do que vê, do que sabe, do que recebe, do que transmite, e não do tamanho de sua altura.

Sei que este Post ficou meio sem inexo, meio confuso e sem sentido, mas é assim que minha cabeça está: meio confusa, sem sentido, sempre tentando achar o caminho certo da sabedoria. Por isso o terminarei com a melhor frase de todas:
“... eu só sei que nada sei...”


sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Vi, não vivi

Vi flores da minha janela, mas não tive chance de tocá-las.
Vi pássaros nesse imenso céu, mas não me arrisquei a voar.
Vi frascos de perfumes e venenos, mas não provei seus conteúdos.
Vi sorrisos e lagrimas, mas não os consolei.
Vi olhos brilhantes e sorrisos contagiantes, mas não tive coragem de me juntar a eles.
Vi crianças na rua, mas nada fiz para tirá-las de lá.
Vi injustiças e criticas, mas não as transformei.
De que me adianta ver tanto?
Admirei e me fiz de cega.
Amei e me fiz de insensível.
Chorei e me fiz de ingrata.
Para viver não adianta apenas ver, tem que fazer, crer, mudar, agir!
Para a vida seguir adiante tem que acontecer.
Hoje, levo a culpa em meu peito por ter visto tanto e ter feito pouco.
Seu eu pudesse voltar no tempo...
...teria tocado as flores e sentido seus aromas,
Voado e cantado com os pássaros,
Viajado com as ondas.
Teria visitado a lua e brincado com as estrelas,
Provado todos os perfumes e resistido a todos os venenos.
Alegrado todas as crianças e dado inúmeras gargalhadas.
Daria amor ao próximo, admirado suas virtudes e compartilhado nossos defeitos.
Teria feito justiça às criticas e transformado os fatos.
Se eu pudesse voltar no tempo, eu teria acreditado que eu era capaz e teria vivido. 
Eu faria tudo o que não fiz, e dessa vez, eu chegaria ao hoje, bem mais completa e realizada.
Deixe de ser apenas um espectador na sua própria vida, tome o lugar de protagonista na sua história.
A vida é o hoje, é o agora e infelizmente não se pode voltar atrás. 
A chance é única, viva intensamente!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O sistema não é tudo - a decisão é nossa!

O sistema nos prende em jaulas que em nossa infância nunca imaginaríamos que existiriam.Quando tinhamos 5/6/7 anos nos perguntavam nossos sonhos, e naquela época ainda acreditávamos que eles se tornariam realidade. Ao completar 12/13 anos começamos a entender que o mundo realmente gira, e que nós não comandamos a sua rotação. Ainda assim, acreditamos.Quando chegamos aos 18/20, nada mais é claro, nada mais é nitido. Nossas certezas tornam-se incertas ao ver o quão vasto é o universo, e o quão pequenos somos perto deles. E é nesse instante de insegurança que tomamos as maiores decisões de nossas vidas. Começamos a liderar nosso umbigo e a escolher os trajetos que faremos. E infelizmente, por medo e inseguranças as vezes nos prendemos em teias de aranha. Seguimos os passos de nossos pais ou o que eles acham que é melhor pra gente. Eles são sábios sim, mas não tem bola de cristal.Se a maioria vai a Roma é porque lá tem algo de bom - é o que pensamos. Roma, infelizmente só se encaixa a um ou dois perfis, e o restante que foi atrás fica insatisfeito. Assim, muitos passam pela vida, em vez de vivê-la. Pois, são infelizes demais para viver. É esse o sistema que nos prende, nos faz tomar decisões e nos enquadrar em padrões que não foram feitos para nós, afinal, Roma não é para todos!
Então, você que está lendo cuidado ao tomar suas decisões, seja sabio e pense apenas em você e no bem que você fará a humanidade vivendo e não apenas existindo!
=)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

O Garoto Que Só Queria Sorvete!

Hello!

Bom, para quem lê, sinto muito ter estado ausente ultimamente, mas tenho estado com a minha mente um pouco fora do ar e por isso resolvi não postar. Fiz até um texto falando sobre isso, mas depois eu o publico e quem sabe aí vocês entendem o que está acontecendo na minha pequena e confusa cabecinha! Nesse momento quero compartilhar com vocês um episódio que me aconteceu essa semana. 

Foi na ultima quarta-feira dia 17 de setembro, e esse dia vai ficar marcado em mim acredito que para o resto de minha vida. Eu estava chamando o meu pessoal para a aula as 15 horas como de costume, mas para minha surpresa um aluno me perguntou : "Teacher, eu tenho um amigo dos EUA que está ficando em casa por uns dias, e eu o trouxe para assistir a aula comigo, tem problema?". Claro que eu lhe disse que não teria problema algum, seria até interessante ter um conosco um real SPEAKER. Sua lingua materna era o inglês, então ele poderia nos ensinar muitas coisas! A experiência de conversar com alguém de outro país seria muito interessante, não só para os alunos, como para mim também. Mas, mal sabia eu o quanto aquele garoto me ensinaria naquele dia. 

Deixo claro aqui que sempre tive uma cabeça aberta, sempre soube das diferenças socias, culturas, étnicas, religiosas e morais das pessoas. Sempre as respeitei. Sempre tive consciência de como elas eram e o que elas acarretavam. Mas, conversar com aquele garoto me fez ver um contraste tão grande entre populações que vivem no mesmo continente. Claro que você vai me dizer: "Jennifer, é logico que as pessoas são diferentes. Somos diferentes até de nossos irmãos e isso que vivemos juntos na mesma casa, imagine pessoas que apenas vivem no mesmo continente, claro que são diferentes!". Tá, até aí eu concordo! Mas, o jeito de se expressar daquele garoto não é semelhante a nenhum outro garoto que eu ja tenha conhecido. Isso que eu já conheci pessoas do interior, pessoas de outros estados, pessoas de outros países, de outros continentes mas nunca cheguei a reparar neles como reparei nesse menino. 

Garoto normal, estatura média, branco, magro, olhos escuros, cabelo alourado(castanho bem clarinho). 14 anos. Nasceu na Georgia. Tímido, esperto, criativo, determinado, e com um caráter fortissimo.  O que ele tinha de diferente? O jeito de ver a vida. Apenas isso!

Ao perguntar-lhe as diferenças existentes entre o seu país e o nosso ele simplesmente respondeu: "Aqui, podemos andar pela rua." Claro que existem lugares super perigosos no Brasil, e lugares super traquilos nos EUA, mas ele disse de uma forma geral. O que me surpreendeu em sua resposta, não foi a resposta em si, mas a sua sinceridade e simplicidade. 

Ao perguntar-lhe a diferença entre seus colegas de classe e aqueles colegas que ele estava tendo por um dia ele disse: "Lá os jovens são MAUS". Perguntei-lhe como assim "MAUS"? Sua resposta foi: "A maioria ou usa drogas ou tem algum problema muito sério em relação a violência. É muito triste ver meus colegas matando a si próprios". Nada de surpreendente nisso não é? Essas coisas também acontecem no Brasil não acontecem? Tá, mas qual é o brasileiro que vai chegar aos EUA e dizer de boca cheia tudo isso, com a cabeça erguida, dizendo que lastima o futuro de sua sociedade. Ou seja, não foi a sua resposta que me impressionou novamente, mas sim a sua SINCERIDADE.

Outra pergunta que lhe fiz foi se qual a principal diferença entre as pessoas que ele havia convivido aqui e as que ele convivia lá. Ele disse meio rindo : "Lá a gente não se abraça como aqui!". Tá, os americanos são pessoas sérias e abraçar é coisa de sentimentais como os brasileiros, pessoas que consideram as outras como irmãos, ou seja é coisa nossa! Mas, ele não disse isso como uma crítica, mas sim com um toque de "inveja" em suas palavras. Pode ter certeza, o que ele mais queria era poder chegar na escola e dar um tipico abraço com um tapinha nas costas em cada um de seus colegas. Com a sua resposta, ele demonstrou mais uma vez sinceridade e admiração por uma cultura diferente da sua. Quantas pessoas fazem isso?

Mas o que mais me deixou estupefata naquele garoto foi ouvir a sua curiosidade sobre o nosso país e a sua reação ao ouvir a resposta. Ele perguntou se os vendedores de sorvete daqui também tocavam uma musiquinha estranha igual lá. Com a sua pergunta ele demonstrou que não se importava com as diferenças culturais, sociais ou raciais das pessoas em nosso país, ele só queria ver se nas pequenas coisas que para ele eram interessantes, a diferença era grande e se essas diferenças ele poderia adaptar em sua personalidade e forma de viver. A minha resposta para aquela pergunta foi "não". Disse que aqui os sorveteiros tinham apenas uma buzina, e não tinham carros grandes como os de lá. Mas disse-lhe que aqui o lixeiro tem uma musiquinha estranha, o vendedor de churros e o vendedor de banana! Ao ouvir isso ele riu como se tivesse 5 anos de idade e alguém lhe estivesse lhe fazendo cocégas. Ele deu gargalhadas sinceras demonstrando a sua inocência. 

Com isso a sala inteira estava rindo e, claro, até eu ri. Nada melhor do que uma risada sem culpa, praticamente sem motivo. Rir por rir. E foi o que fizemos. Rimos até nossas bocas doerem!

Aquele garoto passou em minha vida de uma maneira diferente, ele me fez ver as diferenças de um outro angulo, com uma outra visão. Ele poderia ter sido um vizinho, um alemão, um francês, um indigente, um qualquer. Não me importa, se ele reagisse da mesma forma, me ensinaria as mesmas coisas. Não é porque ele era americano ou porque era um jovem de 14 anos que me fez abrir os olhos. Sou muito grata por tê-lo conhecido. E acredito que ele nem tenha percebido o bem que me fez, afinal, ele foi natural, sincero, humilde e inocente. Coisa que ultimamente tem se visto pouco NO MUNDO.

A questão é a seguinte: aonde foi parar o legado deixado pelos nossos ancestrais de sinceridade, fraternidade, igualdade, respeito e solidariedade? Acredito que eles simplesmente foram esquecidos, deixados para trás, ignorados, abandonados. Afinal, encontrar uma pessoa que demonstra um pouco deles já me deixa maravilhosamente estupefata!

Esse pequeno grande garoto, sem intenção alguma, me ensinou a valorizar as pequenas coisas da minha cultura. Os pequenos eixos da minha história. As coisas que são tão rotineiras que acabam sendo esquecidas. Ele me fez ver que ainda existem pessoas no mundo que só querem ouvir a musiquinha do sorveteiro! :) 

Espero que vocês tenham entendido o que eu quis dizer com essa história! Se não entenderam, discordam ou querem falar/saber mais sobre isso, é só falar! ;)

Beijos aos que lêem. Obrigda pelo apoio!