sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Meio sei lá

Estou em fase de filosofias,
a cada instante questiono algo, alguém ou atos.
Não os critico, apenas os questiono. Indago.
Quero saber, conhecer, aprender e entender.
Acredito que questionar é a melhor dádiva do universo.
Dar se a chance de saber mais é viver!
Viver sem saber é apenas existir.

Participei de uma recreação ontem, e me pediram para escolher um animal que eu quisesse ser, sem hesitar ou pensar, minha resposta foi: “Quero ser uma Fênix”.
Naquele instante eu não sabia porque havia dito aquilo, e no meio da barulheira que os outros “animais” faziam ao relatar o que eram eu me questionei, porque Fênix?!
Minha resposta havia sido por impulso, e eu não sabia o porquê de ter escolhido aquele animal. Assim, comecei a ouvir as descrições de meus colegas.
“...quero ser um labrador, porque ele tem força, ele não desiste!..”
“...quero ser uma joaninha, porque ela é frágil, discreta, mas é especial..”
“...quero ser um leão, porque ele é preguiçoso, folgado, mas todos o respeitam..”
Ao ouvir suas descrições, os questionava em minha mente: “o labrador tem força sim, mas é um cachorro, é submisso”; “ a joaninha é especial, mas não tem poder algum”; “o leão ‘impõe’ respeito, mas de que adianta respeito desmerecido, isso é medo e não respeito”. Ao questioná-los e ouvi-los pensava em minha resposta. Porque eu queria ser uma Fênix?! 
Cheguei à conclusão de que eu queria ser uma fênix, porque ela se renova, ela vive em fases, ela se transforma. Alem disso, ela voa, vê as coisas por vários ângulos. Sem contar que ela dá luz ao se transformar, é sensitiva e tem poder. Ela não é feroz nem forte, mas é inteligente. Todo o seu brilho e fama são graças a esforços próprios, e o respeito que impõe é devido a seus atos! 
Ainda assim, não estava satisfeita, porque havia escolhido aquele animal em um impulso tão grande. Todas essas explicações estavam corretas, batiam com meu modo de pensar e agir, mas eu ainda tinha duvida.
Hoje acordei e li um texto de Fernando Pessoa, todos já devem ter ouvido um verso que diz “porque sou do tamanho do que vejo, e não do tamanho de minha altura”. Eu nunca achei graça nessa frase, porque não a entendia realmente, não a havia questionado. Ao ler a poesia toda e ao junta-la com meus dilemas daquele momento percebi o quão genial é a frase de Pessoa, e o quão perfeito é o seu poema:

“Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo....
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.”
(Fernando Pessoa)

Hoje, descobri que sou uma Fênix, não só pelos motivos já citados, mas porque ela sim, é do tamanho do que vê, do que sabe, do que recebe, do que transmite, e não do tamanho de sua altura.

Sei que este Post ficou meio sem inexo, meio confuso e sem sentido, mas é assim que minha cabeça está: meio confusa, sem sentido, sempre tentando achar o caminho certo da sabedoria. Por isso o terminarei com a melhor frase de todas:
“... eu só sei que nada sei...”


sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Vi, não vivi

Vi flores da minha janela, mas não tive chance de tocá-las.
Vi pássaros nesse imenso céu, mas não me arrisquei a voar.
Vi frascos de perfumes e venenos, mas não provei seus conteúdos.
Vi sorrisos e lagrimas, mas não os consolei.
Vi olhos brilhantes e sorrisos contagiantes, mas não tive coragem de me juntar a eles.
Vi crianças na rua, mas nada fiz para tirá-las de lá.
Vi injustiças e criticas, mas não as transformei.
De que me adianta ver tanto?
Admirei e me fiz de cega.
Amei e me fiz de insensível.
Chorei e me fiz de ingrata.
Para viver não adianta apenas ver, tem que fazer, crer, mudar, agir!
Para a vida seguir adiante tem que acontecer.
Hoje, levo a culpa em meu peito por ter visto tanto e ter feito pouco.
Seu eu pudesse voltar no tempo...
...teria tocado as flores e sentido seus aromas,
Voado e cantado com os pássaros,
Viajado com as ondas.
Teria visitado a lua e brincado com as estrelas,
Provado todos os perfumes e resistido a todos os venenos.
Alegrado todas as crianças e dado inúmeras gargalhadas.
Daria amor ao próximo, admirado suas virtudes e compartilhado nossos defeitos.
Teria feito justiça às criticas e transformado os fatos.
Se eu pudesse voltar no tempo, eu teria acreditado que eu era capaz e teria vivido. 
Eu faria tudo o que não fiz, e dessa vez, eu chegaria ao hoje, bem mais completa e realizada.
Deixe de ser apenas um espectador na sua própria vida, tome o lugar de protagonista na sua história.
A vida é o hoje, é o agora e infelizmente não se pode voltar atrás. 
A chance é única, viva intensamente!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O sistema não é tudo - a decisão é nossa!

O sistema nos prende em jaulas que em nossa infância nunca imaginaríamos que existiriam.Quando tinhamos 5/6/7 anos nos perguntavam nossos sonhos, e naquela época ainda acreditávamos que eles se tornariam realidade. Ao completar 12/13 anos começamos a entender que o mundo realmente gira, e que nós não comandamos a sua rotação. Ainda assim, acreditamos.Quando chegamos aos 18/20, nada mais é claro, nada mais é nitido. Nossas certezas tornam-se incertas ao ver o quão vasto é o universo, e o quão pequenos somos perto deles. E é nesse instante de insegurança que tomamos as maiores decisões de nossas vidas. Começamos a liderar nosso umbigo e a escolher os trajetos que faremos. E infelizmente, por medo e inseguranças as vezes nos prendemos em teias de aranha. Seguimos os passos de nossos pais ou o que eles acham que é melhor pra gente. Eles são sábios sim, mas não tem bola de cristal.Se a maioria vai a Roma é porque lá tem algo de bom - é o que pensamos. Roma, infelizmente só se encaixa a um ou dois perfis, e o restante que foi atrás fica insatisfeito. Assim, muitos passam pela vida, em vez de vivê-la. Pois, são infelizes demais para viver. É esse o sistema que nos prende, nos faz tomar decisões e nos enquadrar em padrões que não foram feitos para nós, afinal, Roma não é para todos!
Então, você que está lendo cuidado ao tomar suas decisões, seja sabio e pense apenas em você e no bem que você fará a humanidade vivendo e não apenas existindo!
=)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

O Garoto Que Só Queria Sorvete!

Hello!

Bom, para quem lê, sinto muito ter estado ausente ultimamente, mas tenho estado com a minha mente um pouco fora do ar e por isso resolvi não postar. Fiz até um texto falando sobre isso, mas depois eu o publico e quem sabe aí vocês entendem o que está acontecendo na minha pequena e confusa cabecinha! Nesse momento quero compartilhar com vocês um episódio que me aconteceu essa semana. 

Foi na ultima quarta-feira dia 17 de setembro, e esse dia vai ficar marcado em mim acredito que para o resto de minha vida. Eu estava chamando o meu pessoal para a aula as 15 horas como de costume, mas para minha surpresa um aluno me perguntou : "Teacher, eu tenho um amigo dos EUA que está ficando em casa por uns dias, e eu o trouxe para assistir a aula comigo, tem problema?". Claro que eu lhe disse que não teria problema algum, seria até interessante ter um conosco um real SPEAKER. Sua lingua materna era o inglês, então ele poderia nos ensinar muitas coisas! A experiência de conversar com alguém de outro país seria muito interessante, não só para os alunos, como para mim também. Mas, mal sabia eu o quanto aquele garoto me ensinaria naquele dia. 

Deixo claro aqui que sempre tive uma cabeça aberta, sempre soube das diferenças socias, culturas, étnicas, religiosas e morais das pessoas. Sempre as respeitei. Sempre tive consciência de como elas eram e o que elas acarretavam. Mas, conversar com aquele garoto me fez ver um contraste tão grande entre populações que vivem no mesmo continente. Claro que você vai me dizer: "Jennifer, é logico que as pessoas são diferentes. Somos diferentes até de nossos irmãos e isso que vivemos juntos na mesma casa, imagine pessoas que apenas vivem no mesmo continente, claro que são diferentes!". Tá, até aí eu concordo! Mas, o jeito de se expressar daquele garoto não é semelhante a nenhum outro garoto que eu ja tenha conhecido. Isso que eu já conheci pessoas do interior, pessoas de outros estados, pessoas de outros países, de outros continentes mas nunca cheguei a reparar neles como reparei nesse menino. 

Garoto normal, estatura média, branco, magro, olhos escuros, cabelo alourado(castanho bem clarinho). 14 anos. Nasceu na Georgia. Tímido, esperto, criativo, determinado, e com um caráter fortissimo.  O que ele tinha de diferente? O jeito de ver a vida. Apenas isso!

Ao perguntar-lhe as diferenças existentes entre o seu país e o nosso ele simplesmente respondeu: "Aqui, podemos andar pela rua." Claro que existem lugares super perigosos no Brasil, e lugares super traquilos nos EUA, mas ele disse de uma forma geral. O que me surpreendeu em sua resposta, não foi a resposta em si, mas a sua sinceridade e simplicidade. 

Ao perguntar-lhe a diferença entre seus colegas de classe e aqueles colegas que ele estava tendo por um dia ele disse: "Lá os jovens são MAUS". Perguntei-lhe como assim "MAUS"? Sua resposta foi: "A maioria ou usa drogas ou tem algum problema muito sério em relação a violência. É muito triste ver meus colegas matando a si próprios". Nada de surpreendente nisso não é? Essas coisas também acontecem no Brasil não acontecem? Tá, mas qual é o brasileiro que vai chegar aos EUA e dizer de boca cheia tudo isso, com a cabeça erguida, dizendo que lastima o futuro de sua sociedade. Ou seja, não foi a sua resposta que me impressionou novamente, mas sim a sua SINCERIDADE.

Outra pergunta que lhe fiz foi se qual a principal diferença entre as pessoas que ele havia convivido aqui e as que ele convivia lá. Ele disse meio rindo : "Lá a gente não se abraça como aqui!". Tá, os americanos são pessoas sérias e abraçar é coisa de sentimentais como os brasileiros, pessoas que consideram as outras como irmãos, ou seja é coisa nossa! Mas, ele não disse isso como uma crítica, mas sim com um toque de "inveja" em suas palavras. Pode ter certeza, o que ele mais queria era poder chegar na escola e dar um tipico abraço com um tapinha nas costas em cada um de seus colegas. Com a sua resposta, ele demonstrou mais uma vez sinceridade e admiração por uma cultura diferente da sua. Quantas pessoas fazem isso?

Mas o que mais me deixou estupefata naquele garoto foi ouvir a sua curiosidade sobre o nosso país e a sua reação ao ouvir a resposta. Ele perguntou se os vendedores de sorvete daqui também tocavam uma musiquinha estranha igual lá. Com a sua pergunta ele demonstrou que não se importava com as diferenças culturais, sociais ou raciais das pessoas em nosso país, ele só queria ver se nas pequenas coisas que para ele eram interessantes, a diferença era grande e se essas diferenças ele poderia adaptar em sua personalidade e forma de viver. A minha resposta para aquela pergunta foi "não". Disse que aqui os sorveteiros tinham apenas uma buzina, e não tinham carros grandes como os de lá. Mas disse-lhe que aqui o lixeiro tem uma musiquinha estranha, o vendedor de churros e o vendedor de banana! Ao ouvir isso ele riu como se tivesse 5 anos de idade e alguém lhe estivesse lhe fazendo cocégas. Ele deu gargalhadas sinceras demonstrando a sua inocência. 

Com isso a sala inteira estava rindo e, claro, até eu ri. Nada melhor do que uma risada sem culpa, praticamente sem motivo. Rir por rir. E foi o que fizemos. Rimos até nossas bocas doerem!

Aquele garoto passou em minha vida de uma maneira diferente, ele me fez ver as diferenças de um outro angulo, com uma outra visão. Ele poderia ter sido um vizinho, um alemão, um francês, um indigente, um qualquer. Não me importa, se ele reagisse da mesma forma, me ensinaria as mesmas coisas. Não é porque ele era americano ou porque era um jovem de 14 anos que me fez abrir os olhos. Sou muito grata por tê-lo conhecido. E acredito que ele nem tenha percebido o bem que me fez, afinal, ele foi natural, sincero, humilde e inocente. Coisa que ultimamente tem se visto pouco NO MUNDO.

A questão é a seguinte: aonde foi parar o legado deixado pelos nossos ancestrais de sinceridade, fraternidade, igualdade, respeito e solidariedade? Acredito que eles simplesmente foram esquecidos, deixados para trás, ignorados, abandonados. Afinal, encontrar uma pessoa que demonstra um pouco deles já me deixa maravilhosamente estupefata!

Esse pequeno grande garoto, sem intenção alguma, me ensinou a valorizar as pequenas coisas da minha cultura. Os pequenos eixos da minha história. As coisas que são tão rotineiras que acabam sendo esquecidas. Ele me fez ver que ainda existem pessoas no mundo que só querem ouvir a musiquinha do sorveteiro! :) 

Espero que vocês tenham entendido o que eu quis dizer com essa história! Se não entenderam, discordam ou querem falar/saber mais sobre isso, é só falar! ;)

Beijos aos que lêem. Obrigda pelo apoio!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

"Esperança"

Esse é um texto que se refere a nossa ESPERANÇA!

Certo dia nasceu uma menina, não era clara como a Branca de Neve, nem tinha os olhos negros de jabuticaba. Seu nome não era Maria, tampouco tinha um irmão chamado João. Madrasta má em sua história não existia, porém, esta, era cheia de amor e alegria. Seu palácio era feito de barro, tinha dois quartos, cozinha e banheiro. Princesa para ela, somente em contos de fada.
Essa garotinha cresceu, sofreu e aprendeu. Aos 17 anos ela já tinha cuidado desde passarinhos machucados até crianças abandonadas. Já havia sofrido pela perda de um ente querido, e amado um desconhecido.Por onde passava deixava sorrisos, onde ficava ela alegrava. Pequenina, com todo o seu jeito meigo de ser, seus cabelos esvoaçantes, olhos brilhantes e nitidamente um sorriso contagiante. Não tinha medo de lutar, muito menos receio de perder ou falhar. Cada dia vivido se tornava uma vitória. Cada vitória alimentava mais seu entusiasmo.Alguns diziam que ela era um anjo, outros que era uma fada. Nem um, nem outro, era apenas uma garota querendo fazer o bem.
Chateava-se freqüentemente e ninguém nunca entendia o porquê, como uma garota tão contente poderia ter tantos momentos de tristeza?! Alguns achavam que era a doença da mãe, outros, que era a velhice do pai, mas isso não a afetava realmente. Mas sim, o fato de não ter como auxiliar os outros em uma dimensão maior. Era fácil, em sua cidade, dar um doce a uma criança, um abraço a um idoso, apoio e ajuda a um indigente e socorro a um ferido. Porém, sua cidade era minúscula perto do mundo afora.Toda dia saía no jornal mais notícias de um novo desastre, tragédia, abandono. Ou seja, fatos que a deixavam mais cabisbaixa por não poder fazer nada para reverter essa realidade. Ela queria poder fazer mais por aquelas pessoas, pelas crianças abandonadas, fazer com que acreditassem no que já não havia mais esperança. Fazer jus ao apelido de anjo e mudar tudo como se realmente fosse uma fada.
Um dia ela percebeu que a essência de todas as coisas que fazia era a alegria. O seu sorriso iluminava o próximo, e o dele, lhe dava cada vez mais força para continuar. Assim, ela colocou em sua mente que, com isso, iria mudar o mundo. Em sua teoria ela apenas facilitaria o caminho que as pessoas precisavam percorrer, e assim, encontrariam em si as respostas que já estavam lá há muito tempo. Portanto, sorririam felizes para sempre!
Por dias ninguém a viu, ficou trancada em seu palácio agindo misteriosamente. Algumas amigas entravam e saíam, mas nada era dito. Cidade pequena, fofoca grande. Teve até um velho caduco que encasquetou que ela tinha morrido e ido pro céu, lá realmente era o seu lugar. Mas não, ela estava viva, e muito viva por sinal. No dia em que apareceu novamente, estava com uma mochila nas costas, alguns folhetos na mão e, como sempre, um sorriso no rosto. Seus pais lhe deram até logo e desejaram boa sorte. Ela, confiante, saiu, deu adeus à cidade, distribuiu os folhetos e foi embora.
Por tempos permaneceu distante, seus pais diziam que estava tudo bem, e que recebiam noticias suas semanalmente. A cidade toda a adorava e sentia muito a sua falta. Lá, todos, por pior que estivessem, sorriam em consideração a ela e ao pedido que ela deixara em seus panfletos:
“Ao sentirem vontade de chorar, por tudo parecer dar errado e ao se depararem com o fundo do poço, lembrem-se que eu estarei sorrindo. Ao se perguntarem por que estou sempre confiante, saibam que um dia, um de vocês sorriu para mim. O seu sorriso me fortalece para ir adiante, e a cada sorriso recebido, é uma luta que eu ganho, e a cada batalha vencida, é um passo a frente na longa caminhada da vida”.
Meses depois, alguém a encontrou na cidade grande, e disse que ela continuava linda e radiante. Citou também que a viu em uma praça, hora fazendo travessuras com as crianças, hora brincando com os adultos. Todos, naquele instante, entenderam o porquê dela ter ido embora. Juntos, então se alegraram, ao se lembrar de suas palavras, e sabiam, que aonde quer que ela estivesse, com certeza, estaria sorrindo de volta para eles.
Alguns anos depois, saiu a notícia de que ela havia falecido. Fora brutalmente assassinada em um assalto à mão armada. Lá, na cidade grande, eram poucos que sabiam seu nome, mas a idolatravam como “Esperança”.
Nesse dia, o país ficou em choque, e muitas pessoas em luto. Quem não a conhecia, ficou estupefato com a sua história, os que conheciam, choraram a sua morte. Foram muitos os desconhecidos que compareceram ao seu enterro e velório. Seu pai preferiu não prestar uma homenagem pessoal, apenas tirou um papel do bolso e disse algumas palavras: “Esta é uma carta que ela fez para mim, alguns dias antes da tragédia. Não tive nem tempo de recebê-la pelo correio, ela foi encontrada pela perícia, em seu bolso”. Ele colocou a carta toda manchada de sangue em cima do caixão, deu um beijo em sua testa, e saiu.
A carta dizia:“Querido pai, como vão às coisas por aí? A mamãe está melhor? Sinto muitas saudades de vocês. Às vezes me deparo lembrando do tempo em que você carregava em seus ombros e nós brincávamos no parque, era tão bom, não era?! Bom, papai, sinto que nos encontraremos em breve, e espero que esse dia seja especial, alegre e único. Também espero que você saiba o quanto eu te amo!Por que eu não vou embora para casa? Essa história de novo, pai? Eu já te falei e expliquei isso muitas vezes! Eu já fiz tudo o que eu podia fazer aí. Vocês não precisam mais de mim, a minha missão, agora, é aqui!Ah, antes que eu me esqueça, tenho que te contar uma história triste, mas fascinante. Há algumas semanas eu fui visitar um menino que estava no hospital, fiquei sabendo que ele não estava muito bem e que talvez não saísse dessa. Ao chegar lá, eu soube que ele estava em coma há duas semanas, fiquei chateada e entrei em seu quarto para vê-lo. Segurei a sua mão, e fiz uma oração. Numa fração de segundos, eu senti a sua mão apertando a minha, e, assustada olhei para ele, que estava se esforçando para falar. Tentei sair para chamar um médico, afinal, ele tinha saído do coma, mas, ele me apertou e disse ‘Não!’. Com muita dificuldade o garotinho continuou ‘Eu estava com Papai do céu. Ele falou que gosta muito de você, que você é uma pessoa muito boa, e que vai ajudá-lo lá em cima. Assim como eu, você vai embora logo, porque não mereces sofrer, principalmente pelas mãos de quem você tenta ajudar’. Nessa hora pai, eu soltei a sua mão e ele disse para eu não me assustar, que o lugar para onde iríamos era lindo. Que Ele nos queria ao seu lado, pois o mundo era muito cruel para nós, e que o Seu maior erro foi ter um dia nos enviado para lá, com a esperança de que a nossa presença e motivação fosse melhorar o mundo. Eu disse a ele que não queria partir, que o meu lugar era aqui. Mesmo que fosse para sofrer, não me importava, eu queria apenas viver. Então, o menino me olhou e disse que tudo bem, mas que infelizmente, se eu não fosse com ele, naquele instante, eu iria logo, por uma tragédia causada pela ‘erva daninha que eu tentava transformar em flor’. Eu saí de lá chocada, não sabia o que fazer, se acreditava ou não no que eu havia visto e ouvido. Mas, enfim, seja lá o que aconteça, é porque Ele quer. Se ele me deu uma escolha e eu recusei, é porque tinha que ser assim. Mas, por via das dúvidas pai, se eu for embora, diga às pessoas que perguntarem por mim, que eu vou estar bem, que as amo, e que é para elas sorrirem sempre. Um sorriso abre mil caminhos, e por mais que a vida esteja complicada, sorrir não é tão difícil é?! E você pai, quero que saiba que eu sempre vou te amar. Manda um beijo para a mamãe e diz a ela que a amo muito também, e que não é para ela parar de lutar, pois logo ela sairá da cama!É papai, como eu te disse, sinto que nos encontraremos em breve, espero que estejamos rindo dessa carta e situação. Se não estivermos, ria também. Afinal, ninguém nunca foi adiante chorando, a não ser de alegria!Beijos da sua filha que te ama muito!P.S: Aonde quer que eu esteja, pode ter certeza, que eu estarei sorrindo de volta.”
Ao sair do enterro, um jornalista perguntou ao pai da garota se ele não tinha mais nada a dizer, ele fitou-o com os olhos tristes e cheios de lagrimas, mas com um sorriso no rosto e disse “Antes de partir de casa a minha filhe me abraçou e disse que estava saindo para Iluminar a vida de outras pessoas, que ela era feliz transmitindo coisas boas para os outros e que queria poder transmitir isso para todos. Então vamos seguir em frente e fazer o que ela pediu. Vamos, pelo menos, dar sentido a sua vida. Vamos sorrir e iluminar, afinal, se não fosse o fato dela querer ver o mundo inteiro bem, se apoiando e feliz ela não estaria hoje, onde está.”
O jornalista fez uma notícia de primeira página, contando toda a tragédia, e história de vida da menina, e titulou-a com a seguinte frase:
“Esperança morre, mas ilumina sorriso no rosto das pessoas!”
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Espero que tenham gostado, entendido realmente o que este texto quer dizer. Afinal, esperança pode ser uma mocinha querendo fazer o bem ou beeeeeem mais do que isso não?! Beijos aos que leem!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Reflexo Equivocado

Vou postar esse texto (de minha autoria), pois resumo o meu sentimento perante a vida nos dias de hoje. Mostra o quão distorcida está a esperança e a magnitude que existia no verbo SER...

"Reflexo Equivocado"

A garotinha do papai está crescendo,

Barbie e Ken não fazem mais sentido.
Acreditar no impossível tornou-se cansativo.
A espera pelo príncipe, chegou ao fim.
Sonhar, às vezes, torna-se desagradável, ingênuo.
A esperança, colega distante.
A realidade aparece nua e crua.
As verdades tornam-se inimigas.
Os fatos, peças chaves para o amanhã que nunca chega.
A caminhada, interminável.
A escolha pelo ser, virtude de poucos.
Novos caminhos são traçados a cada amanhecer.
Tudo é conseqüência, nada mais advertência.
Cada momento torna-se espantosamente maravilhoso,
Pelo fato de ser único e irrecuperável.
A espera pelo amanhã, torna-se o hoje.
O desejo de mudança torna-se a rotina.
O sonhar tira férias.
O acreditar sai do jogo.
Viver torna-se ser o imposto,
Ser muitas vezes o que você nem acredita.
Querer torna-se monotonia.
Amar entra e sai da moda.
A felicidade é taxada de loucura.
Loucura e tristeza, nossas amigas de infância.
Absurdos são devorados no café da manhã.
Injustiças levadas para a cama.
Dever e direito tornam-se inimigos mortais.
O prazer pelo acontecer some a cada suspiro.
Verdades são taxadas de insanas.
Mentiras aceitas com lealdade.
O reflexo já não se encaixa com a imagem,
Pergunto-me quando voltarão a se encaixar...


Espero que tenham gostado! :D

quarta-feira, 30 de julho de 2008

The Love Is In The Air

Bom, vou postar um texto antiguinho já mas que nesse momento expressa o que estou sentindo. Ou melhor, expressa o fato de eu não saber (mais uma vez) o que estou sentindo! ;D
Lá vai!

O que eu sinto?


O que eu sinto?

Com palavras não sei dizer. Com expressões, não sei agir. Por sinais, não consigo me fazer entender. Por gestos, impossível representar. Por ações, sou incapaz de explicar.

O que eu sinto? Nem eu sei.

Uma força que vem de dentro, toma meus braços e pensamentos. Perco o rumo. Idéias somem. Verdades vêm à tona. Não consigo dormir. Não consigo pensar. Não consigo me concentrar. Não consigo parar de imaginar.

Com você o tempo pára. A terra deixa de girar. O sol deixa de brilhar. A lua entra em eclipse. A maré sobe. Eu perco o sentido. Meu mundo voa. Minhas palavras se embaralham. Meus olhos só enxergam você.

Minhas certezas, ao seu lado, tornam-se duvidas. Minhas verdades perdem a crença. O ontem já não me traz saudade. O hoje, não acontece. E o amanhã, não traz esperança.

A espera torna-se infinita. O caminho tortuoso. O fim, inalcançável.

Sentimentos bons... Sentimentos ruins... Mistérios...

Revertérios ao te ver, tornam-se piores na sua ausência.

Se não consigo pensar ao seu lado, longe de ti, respirar torna-se sacrifício.
Fecho os olhos e tento acreditar, que a esperança ainda irá voltar.
Ver-te de inúmeras maneiras, só me fazem te querer mais.

Seu toque, seu sorriso, tornam-se essenciais.

Você me perturba em meus sonhos, fazendo juras de amor. Acordo sem sentido, sem rumo, com uma única vontade, a de transformar a realidade.

O que é isso? O que eu sinto? Daria tudo pra saber.

E você o que sente a me ver? Sou apenas mais uma? Sou o amanhã que vai para o ontem e jamais será lembrado? Ou sou o instante que não pára?

Queria apenas que a certeza que eu tenho de que você não é o certo, e o que você sente é tão incerto quanto o certo que eu sinto por você, torne-se incerta para eu poder acreditar e ter esperança que essa certeza pode mudar!

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Espero que tenham gostado! :D

terça-feira, 29 de julho de 2008

"Só de sacanagem" - Elisa Lucinda

Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova?

Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?

Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.

Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.

Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."

Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal!

Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!

Dear Mr. President - Pink


Querido Sr. Presidente!

Querido Sr. Presidente
Vamos dar um passeio comigo
Vamo fingir que somos somente duas pessoas e
Você não é melhor do que eu
E eu gostaria de te fazer tantas perguntas
se pudermos conversar honestamente

O que você sente quando vê tantos sem-teto nas ruas?
Por quem você reza todas as noites antes de ir dormir?
O que você sente quando se olha no espelho?
Você está orgulhoso?

Como você dorme enquanto o resto de nós chora?
Como você sonha quando uma mãe não teve a chance de dizer adeus?
Como você caminha com a sua cabeça sempre erguida?
Você poderia ao menos olhar nos meus olhos
E me dizer porque?

Querido Sr. Presidente
Você era um garoto sozinho
Você foi um garoto sozinho?
Você é um garoto sozinho?
Como pode dizer
Que nenhuma criança é deixada pra trás
Nós não somos bobos e nós não somos cegos

Eles estão todos sentados em suas celas
Enquanto você paga uma estrada para o inferno

Que tipo de pai tomaria os direitos da prórpia filha?
E que tipo de pai poderia odiar a própria filha se ela fosse gay?
E eu posso imaginar o que a primeira-dama tem a dizer
Você veio de um longo caminho de uísque e cocaína

Como você dorme enquanto o resto de nós chora?
Como você sonha quando uma mãe não teve a chance de dizer adeus?
Como você caminha com a sua cabeça sempre erguida?
Pode me olhar nos olhos


Deixe-me te dizer sobre trabalho duro:
Salário minimo com uma bebê a caminho!
Deixe-me te dizer sobre trabalho duro:
Reconstruindo sua casa depois que as bombas a levaram embora!
Deixe-me te dizer sobre trabalho duro:
Construindo uma cama feita de caixas de papelão!
Deixe-me te dizer sobre trabalho duro..
Você naum sabe nada sobre trabalho duro!


Como você dorme a noite?
Como você anda de cabeça erguida?
Querido Sr. Presidente
Você nunca daria uma passeio comigo..
ou daria?

segunda-feira, 28 de julho de 2008

"Minhas Meias Verdades"

Eu sou uma menina tentando ser mulher, uma garota que foge da realidade, uma pessoa diferente, uma criatura complicada.
Eu amo demais a vida, e a curto da melhor maneira possível. Uma das coisas que eu mais amo é escrever. As minhas idéias surgem do nada, cada época é um assunto, sendo quase sempre algo que esteja sendo marcado na minha realidade.
Com os meus textos eu consigo refletir sobre a minha vida, sobre as minhas opiniões ou atitudes. Muitas vezes eu falo de pessoas muito próximas a mim, e eu agradeço a elas, pois são elas que me fazem seguir adiante todo dia, são elas que me fazem querer mais, que me apoiam e estão ao meu lado sempre.
Continuando a falar de mim, eu não passo de uma criança sem rumo, de um carro desgovernado, de um vulcão em erupção, de algo inexplicável.
Meus defeitos? Sou muito perfeccionista, muito cri-cri, falo demais e as vezes falo muita merda, amo demais as pessoas, e confio muito nelas, me torno muito suas amigas, e estou sempre a sua disposição, sempre quero fazer algo para melhorar as situações e quero sempre ajudar, muitas vezes eu sou muito carente e outras eu sou muito independente. Sou uma pessoa muito alegre e de bem com a vida, não vejo a maldade nos olhos das pessoas, e sempre as trato com dignidade.
Minhas qualidades? Acho que as minhas qualidades são as mesmas que meus defeitos, afinal tudo na vida é relativo!

Eu quero muitas coisas e tenho muitos desejos...
Quero..
*meu pai,
*meus avós,
*pilotar um 747,
*ser feliz,
*ir mais longe,
*ter orgulho de mim,
*conhecer muitos lugares,
*ir para o céu e encontrar meu pai,
*mais simpatia e mais desafios,
*batalhar e escrever um livro,
*entender, compreender e debater sobre as coisas,
*ser única, original e especial.

Tem muitas coisas que eu até quero, mas sei que estão fora de meu alcance e/ou são impossíveis...
*quero a Paz mundial, mas sei que enquanto houver mais de uma pessoa Terra haverá conflito,
*quero que as pessoas me amem como eu as amo, mas sei que devo dar amor sem pensar em recebê-lo de volta.

Também sei de muitas coisas, que muitas vezes ninguém sabe...SEI...*que a vida é dura, mas que eu sou mais ainda;
*que querer não é poder, mas sei que eu posso querer, e se eu me esforçar, sei que posso ter;
*também que vou levar muitas portas na cara, mas para que servem as janelas e as chaves?
*que muitas pessoas são melhores que eu, e não as invejo, quero apenas poder chegar aos seus pés e aprender com elas;
*falar dos outros, interpretá-los, entendê-los, dizer coisas que nem eles sabem sobre si mesmos, mas não sei falar de mim, não sei me entender, muito menos me interpretar.
Sou uma pessoa feliz, tenho muitos desejos e muitas conquistas, e sei que um dia eu vou ter tudo o que eu quero.Vivo a minha vida na base do jogo da Pollyanna, porque não ver o lado bom das coisas, e assim vou vivendo, e ficando contente por tudo...

Fico contente por..
*levantar cedo, pois assim vejo um lindo nascer do sol que poucas pessoas vêem;
*falar o que penso, pois não guardo nada para mim;
*amar a todos a minha volta, pois sei que eles podem contar com alguém;
*já ter falado um pouquinho de mim, pois a pessoa que ler vai poder saber um pouquinho mais sobre mim e quem sabe as minhas palavras não lhe ajudem?!
*ser eu mesma e não me deixar levar pela cabeça dos outros, pois só assim posso mostrar o meu ponto de vista e batalhar por algo que eu realmente queira;
*não conseguir tudo que eu quero, pois isso me faz aprender, me faz batalhar e me faz desejar mais ainda;
*tudo, lastimo muitas coisas, mas tudo na vida tem um lado bom;
*por você, por mim, pelas nossas atitudes, pelas voltas do mundo, pelos desastres, pelos sonhos, pelos desejos, pelas vitórias, pelas derrotas, pelas tristezas e felicidades, fico contente por viver e por estar aqui hoje, agora.


Sou alguém que tenta não ver apenas chapéus..