sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Meio sei lá

Estou em fase de filosofias,
a cada instante questiono algo, alguém ou atos.
Não os critico, apenas os questiono. Indago.
Quero saber, conhecer, aprender e entender.
Acredito que questionar é a melhor dádiva do universo.
Dar se a chance de saber mais é viver!
Viver sem saber é apenas existir.

Participei de uma recreação ontem, e me pediram para escolher um animal que eu quisesse ser, sem hesitar ou pensar, minha resposta foi: “Quero ser uma Fênix”.
Naquele instante eu não sabia porque havia dito aquilo, e no meio da barulheira que os outros “animais” faziam ao relatar o que eram eu me questionei, porque Fênix?!
Minha resposta havia sido por impulso, e eu não sabia o porquê de ter escolhido aquele animal. Assim, comecei a ouvir as descrições de meus colegas.
“...quero ser um labrador, porque ele tem força, ele não desiste!..”
“...quero ser uma joaninha, porque ela é frágil, discreta, mas é especial..”
“...quero ser um leão, porque ele é preguiçoso, folgado, mas todos o respeitam..”
Ao ouvir suas descrições, os questionava em minha mente: “o labrador tem força sim, mas é um cachorro, é submisso”; “ a joaninha é especial, mas não tem poder algum”; “o leão ‘impõe’ respeito, mas de que adianta respeito desmerecido, isso é medo e não respeito”. Ao questioná-los e ouvi-los pensava em minha resposta. Porque eu queria ser uma Fênix?! 
Cheguei à conclusão de que eu queria ser uma fênix, porque ela se renova, ela vive em fases, ela se transforma. Alem disso, ela voa, vê as coisas por vários ângulos. Sem contar que ela dá luz ao se transformar, é sensitiva e tem poder. Ela não é feroz nem forte, mas é inteligente. Todo o seu brilho e fama são graças a esforços próprios, e o respeito que impõe é devido a seus atos! 
Ainda assim, não estava satisfeita, porque havia escolhido aquele animal em um impulso tão grande. Todas essas explicações estavam corretas, batiam com meu modo de pensar e agir, mas eu ainda tinha duvida.
Hoje acordei e li um texto de Fernando Pessoa, todos já devem ter ouvido um verso que diz “porque sou do tamanho do que vejo, e não do tamanho de minha altura”. Eu nunca achei graça nessa frase, porque não a entendia realmente, não a havia questionado. Ao ler a poesia toda e ao junta-la com meus dilemas daquele momento percebi o quão genial é a frase de Pessoa, e o quão perfeito é o seu poema:

“Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo....
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.”
(Fernando Pessoa)

Hoje, descobri que sou uma Fênix, não só pelos motivos já citados, mas porque ela sim, é do tamanho do que vê, do que sabe, do que recebe, do que transmite, e não do tamanho de sua altura.

Sei que este Post ficou meio sem inexo, meio confuso e sem sentido, mas é assim que minha cabeça está: meio confusa, sem sentido, sempre tentando achar o caminho certo da sabedoria. Por isso o terminarei com a melhor frase de todas:
“... eu só sei que nada sei...”


sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Vi, não vivi

Vi flores da minha janela, mas não tive chance de tocá-las.
Vi pássaros nesse imenso céu, mas não me arrisquei a voar.
Vi frascos de perfumes e venenos, mas não provei seus conteúdos.
Vi sorrisos e lagrimas, mas não os consolei.
Vi olhos brilhantes e sorrisos contagiantes, mas não tive coragem de me juntar a eles.
Vi crianças na rua, mas nada fiz para tirá-las de lá.
Vi injustiças e criticas, mas não as transformei.
De que me adianta ver tanto?
Admirei e me fiz de cega.
Amei e me fiz de insensível.
Chorei e me fiz de ingrata.
Para viver não adianta apenas ver, tem que fazer, crer, mudar, agir!
Para a vida seguir adiante tem que acontecer.
Hoje, levo a culpa em meu peito por ter visto tanto e ter feito pouco.
Seu eu pudesse voltar no tempo...
...teria tocado as flores e sentido seus aromas,
Voado e cantado com os pássaros,
Viajado com as ondas.
Teria visitado a lua e brincado com as estrelas,
Provado todos os perfumes e resistido a todos os venenos.
Alegrado todas as crianças e dado inúmeras gargalhadas.
Daria amor ao próximo, admirado suas virtudes e compartilhado nossos defeitos.
Teria feito justiça às criticas e transformado os fatos.
Se eu pudesse voltar no tempo, eu teria acreditado que eu era capaz e teria vivido. 
Eu faria tudo o que não fiz, e dessa vez, eu chegaria ao hoje, bem mais completa e realizada.
Deixe de ser apenas um espectador na sua própria vida, tome o lugar de protagonista na sua história.
A vida é o hoje, é o agora e infelizmente não se pode voltar atrás. 
A chance é única, viva intensamente!